Relato de Pesquisa Científica usa linguagem formal e cientifica é direcionada a um público específico como pesquisadores, doutores, estudantes e estagiários voltados para a área da Saúde, Psicologia, Biologia, Físico, Químico.
Seu texto conceitual, com linguagem objetiva, denotativa, precisa, clara, vocabulário formal, arguntação e impessoalidade.
Segue roteiro com: Assunto, resumo, palavaras chave, abstracts, introdução, desenvolvimento, metodologia, conclusão e bibliografia.
Tem afunção de divulgar, expor , relatar, instruir e comparar. Seu produto final são projetos, ações, teses, monografias, pesquisas, dissertações e inventos.
Exemplo resumido de um Relato de Pesquisa Científica
Pesquisa qualitativa em saúde: reflexões metodológicas do relato oral e produção de narrativas em estudo sobre a profissão médica1
Foi realizada pesquisa qualitativa aplicada à saúde coletiva e medicina social, baseando-se em estudo acerca das transformações históricas da autonomia profissional dos médicos na passagem da medicina liberal para a atual medicina tecnológica. A pesquisa de campo valeu-se de entrevistas abertas e gravadas para colher depoimentos pessoais sobre histórias da vida profissional de médicos formados entre 1930-1955. Caracterizados tecnicamente como "relato oral", os depoimentos foram registrados na forma de narrativas livres. Os relatos são considerados quanto à capacidade de expressarem a auto-representação dos médicos sobre seus cotidianos de trabalho, bem como registrarem a história da prática médica. Avalia-se a entrevista aberta como instrumento de produção de narrativas livres e relatos de vida.
Palavras-chave: Pesquisa, métodos. Prática profissional, história. Medicina social.
O presente texto traz reflexões de natureza metológica e operacional acerca da pesquisa qualitativa em saúde, tomando por base a investigação realizada em um estudo sobre o médico e seu trabalho22,23. Motivado por questões relativas à organização dos serviços de saúde quanto à inserção dos médicos em ações integradas com a saúde pública, ou relativas à interdependência das ações médicas especializadas, o referido estudo constituiu a autonomia profissional desses trabalhadores, seu objeto de investigação.
O objetivo do estudo foi o de alcançar informações sobre o trabalho médico no Brasil, não só para obter a história da passagem da medicina liberal para a medicina especializada e "armada" dos dias atuais -à qual se denominou medicina tecnológica-, como também obter as representações dos médicos acerca desse processo e de si mesmos enquanto agentes técnicos e sujeitos históricos.
O caráter do instrumento de pesquisa muito amplo, sua definição sob princípios operativos muito genéricos e a grande dose de decisões pessoais do pesquisador no curso de sua utilização no trabalho de campo, têm sido os aspectos mais polêmicos quanto à tecnicalidade desta forma de investigação. São eles, porém, ao mesmo tempo, sua marca mais produtiva. É exatamente esta sua natureza que permite melhor explorar a subjetividade como objeto de conhecimento, já que promove resgate das dimensões sujetivas dos processos sociais que respeita o todo complexo de sua constituição. Tal capacidade nos é evidenciada por ser o relato oral a apreensão da subjetividade na forma de um pensamento externalizado, vale dizer, a narrativa. Trata-se, assim, da objetivação de pensamentos, por meio da construção de um pensar.
Por isso, credita-se à pesquisa qualitativa e particularmente à produção de narrativas, a característica de ferramenta extremamente apropriada para o estudo das as representações. No presente caso, o estudo desdobrou-se em representações acerca da realidade objetiva da prática médica e em auto-representações, permitindo explorar de duplo modo a dimensão subjetiva do trabalho médico.
Já enquanto estudo da prática médica como trabalho social, ao resgatar um modelo de trabalho, o pensamento médico acerca desse modelo e a auto-representação de seus partícipes, o relato oral expôs as percepções acerca do cotidiano articuladamente à reconstituição objetiva deste. Permitiu-se, assim, não só conhecer o pensamento de personagens técnicos acerca de processos sociais, mas revelar alguns aspectos éticos e lógicos de sua forma de pensar: a produção de narrativas mais livres, reconstituindo esse pensamento, fez emergir o valorizado e o desqualificado, bem como o problemático e o natural, para as percepções singulares e para seu conjunto, o pensamento médico. Sua leitura, então, possível, nos fará compreender a cultura profissional, as imagens idealizadas acerca da prática e como se auto-concebem, na história e na sociedade, estes cujas práticas técnicas os situam enquanto privilegiados atores sociais.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
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